quarta-feira, 17 de março de 2010

folguedo trajeto


Vivo em prisão hermética.
A transparência da plasticidade que me cobre
deixa-me ver felicidades se (des)fazerem.
Tenho em mim um colorido pardo
circular contorno
Preservo-me guardada a espera
de outrem-
demora a vir

Mãos suadas libertam-me em um rasgo
agarram-me com punhos fechados
Lançada ao vento.
Em tentativa de tocar o céu
a gravidade me remete ao chão,
Nesse declínio pelo ar
pairo junto serpentinas.
Olhares me fitam
Ouço,
Um canto louco
Toco corpos em frenesi.
Minha multiplicidade se espalha
pelo inebriar
Embriaguez.
No carnavalesco momento
trago minha felicidade fugaz

Confete se repete
Se repele o triste
O Carnaval insiste
Em pôr máscara fosca

Tiro a fantasia-
em sonho,

Nua e plena.

6 comentários:

  1. Pelo visto, essa casa continua abrigando com luxo as palavras.

    Beijos,
    mR.

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  2. Transmutou-se em confete até ganhar os ares em palavras... Carnaval, confete e poesia, tudo é uma questão de rasgar o saco e jogar pra cima! rsrrs
    Lindo demais, Gno!
    beijoss

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  3. Lindíssimo Alana... Viajei entre as imagens que pulsam nas tuas palavras. Você escreve bonito, menina: plena-mente.

    Beijomeupravocê

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  4. Desnudar-se, mesmo que em sonhos, é sentir-se plenamente vulneravel e infalivel.

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  5. Um poema que dança. É carnaval tímido de palavras. Muito bom!

    Beijão, Gno!

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  6. Quando é que essa casinha vai dar festa novamente?
    Seu comentário avivou a saudade das suas palavras, Gui!
    Um beijooo

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